terça-feira, 6 de novembro de 2012

Escrevemos


ESCREVEMOS

Queria escrever sobre portas abertas, embora eu veja todas trancadas o tempo todo.

Porque eu queria sair sentindo a brisa da liberdade sobre a pele, embora eu queira vendavais e tempestades para agarrar minhas cores.


Na verdade, queria escrever uma fórmula mágica que me fizesse encontrar as mãos que sempre procurei. As mãos que ainda não encontrei.
Falar menos de amor.
Falar menos de tristezas e decepções.
Falar menos de esperança.
Falar menos de mim.
Pensar menos em falar.
Falar menos sobre pensar.

Queria escrever sobre corpos libertos, embora eu veja amores vestidos de posse.
Porque eu queria amar teus olhos e tua vida, embora eu queira que você viva apenas a minha.
Na verdade, queria fazer parte de você e viver sob tua pele, sentir teus prazeres. O prazer que ainda não encontrei.

Queria ser todas as tuas letras.
E ser tuas vírgulas, pontuando os espaços entre nós, para que fossem sempre breves.
Escrever... Sobre você e sobre mim em novas dimensões.

Eu queria escrever...
Mas a página permanece em branco, senão fossem estes meus rabiscos sem nenhum sentido, eu não teria nem ao menos passado diante dos teus olhos. Não teria feito as pontas dos teus dedos passarem sobre minhas páginas, sedentas por uma história nossa.

Eu não sei sobre pontos finais. Portanto, melhor que saibas que esta história ainda não chegou ao fim, a menos que você tenha alguma exclamação nas mangas.

(* Parceria M. D. Amado - Blog - Entre Elas, Um Amado!)
Débora Andrade

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