sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Num Sempre Qualquer


Num Sempre Qualquer

Quando o Sol brilhante imponente fazer nascer o dia e uma nuvem branca pairar a sombra para o seu refrescar...

Saiba que meu sopro suave provocou o vento que levou a nuvem até você...

Quando a chuva suave molhar sua face e resfrescar o seu sorriso...

Podem ser minhas lágrimas tentando de alguma forma te tocar...

Se amanhã nascer uma criança, um sonho ou uma flor...

Estarei presente também no seu olhar de encanto, no seu pranto e no seu amor.

Se não estou aqui, é porque precisava partir para te amparar.

Eu cuido do seu sono...
Seguro suas mãos... E estamos juntos.

Quando o teu peito sentir o queimor da saudade,
Ou seus olhos chorarem a dor da minha perda,
Saiba...Que em mim reina o desejo de te fazer sorrir... E por isso, breve farei com que uma lembrança doce te faça suspirar.

Não pude ficar... Precisei partir... Sem poder te amar tudo o que havia para amar.
Meu amor foi maior que minha vida.

Guardo todo amor para nosso reencontro.
Quando nossas almas se entrelaçarão embaladas pelo som da eternidade.

Enquanto não nos vemos,
Enquanto não nos temos...
Não julgue, não condene, não conclue.
Também vivi momentos de dor que quase me fizeram perder a fé.
Mas existem flores azuis aqui no jardim.

E a gente se encontra um dia desses, num sempre qualquer...

Orações


Orações

É como escrever nas pedras...
Esperando que as águas nunca venham com muita força...
Sonhando que as letras durem o tempo de uma vida inteira com você...
Mas eu me cansei de forçar a ordem natural das coisas...
Comprei um licor de chocolate e vou viver a insônia esperando que algo aconteça...

Bom ou ruim, nada pode ser pior que este nada à sombra de tudo...
O vazio ecoa a saudade dos tempos em que éramos só sonho e hoje, o pó...

Resto de um passado mal conjugado,
Em orações formadas por verbos imperfeitos...
Orações sem fé, terminadas com substantivos abstratos e reticências...

Jogo pelo chão toda nossa estrada sem voltas.
Passagens, idas e vindas, morte de planos sem sorte.
Em toda raiz, meu nome junto ao teu.
Orações com fé, finais pontuados depois da palavra saudade...

Sinais, pegadas...
Passos que não me levam a lugar algum...
E aqui, ainda, esta esperança pesada...
Débora Andrade

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Escrevo


Escrevo

 Talvez eu tenha parado de pensar um pouco.. Mas ainda não perdi a mania de escrever. A verdade é que... acho que eu só me alcanço quando eu escrevo.
 Não sou muito clara, menos ainda objetiva... Meus sentimentos, por eu jugá-los tão grandes e tão fortes, formam um turbilhão dentro de mim e quando falo... me perco em palavras superficiais misturadas a lágrimas que parecem, a alguns olhos, sem sentido.
Quando eu escrevo...me doou a quem lê. E, de certa forma, cedo um pouco de mim a mim mesma. E, dou a quem "falo" a chance de me reler. Sem lágrimas. E assim me dou a chance de ser entendida ou, pelo menos,  questionada.
Débora Andrade

Quem Sou Eu


"Quem sou eu"

Quando encontro estes "Quem sou eu" para preencher eu logo me pergunto: - E agora? Quem sou eu!?
É engraçado como a gente nunca sabe bem quem a gente é. Por mais que eu tenha mil idéias já prontas sobre o que sou, estou sempre mudando o texto porque eu me transformo todos os dias. Bebo minha vida em goles largos! Uso jarras e... de plástico(!!!). Não uso taças! Sempre fui um tanto desastrada e quebro todos os cristais. Deles, prefiro manter a distância!

Sou exagerada, intensa, ousada, faminta por sentimento, por afeto... Mas, às vezes, me dá uma preguiça... e aí eu só quero uma dose! Dose miúda de mim mesma... porque, em alguns dias, até à mim eu canso!

Sigo... Vou apalpando o meu mundo em busca da minha essência. Muita luz também atrapalha a visão! E por isso, o segredo e a confusão tendem a aumentar na mesma medida que me descubro.
Acho que a vida gosta de brincar de esconde-esconde com a gente. Nos pautamos e, quando nos entendemos por "prontos", nos deparamos com mais um "quem sou eu".
Surge bem no momento que você pensa ter escolhido o esconderijo perfeito. A vida conta até dez e... - Lá vou eu!, ouvimos ela gritar ainda do nosso esconderijo.
Conta alto, diz que lá vai ela, mas... não abandona seu posto. Não sai para procurar ninguém!
Eu, que sou pura ansiedade e inquietude... Não consigo ficar muito tempo escondida e saio correndo. Até acho que fiquei lá por muito tempo. Tive tempo de sobra para construir meus heróis!!!
Corro... Mesmo vendo a vida lá! Mas eu quero tanto ganhar!!!
Ainda quero conseguir bater e gritar: 1, 2, 3! Salvo todos!!
Débora Andrade
Débora Andrade

Gramática


Gramática

Ah! A gramática... !!! As orações sem sujeito têm verbos impessoais... Ao contrário... não há oração sem sujeito!! Portanto... Somos nós quem damos o tom às nossas vidas... Substantivos, pronomes, verbos.... Somos nós quem conjugamos o nosso tempo! E definimos singular ou plural... Verbos e tempos perfeitos ou imperfeitos...
Os adjetivos??? - Bom, bonito, grande, maiores, menores... IMPORTANTE??? Superlativos, comparativos, irregulares... Nós também determinamos...
É o peso que damos às coisas que as tornam importantes ou não... Intensas ou não... Pode ser um grão de areia... mas se vc desejar... Se ousar conjugar... se ousar SE CONJUGAR... pode ter a praia toda!
Débora Andrade

Confusos


Confusos

Nós sabemos. Mas, optamos por fingir não entender enquanto os risos soltos versam nossa história de confusão. Melhor não entendermos. Melhor não nos entendermos. Risco altíssimo à vista.
Melhor nos darmos as mãos.
Débora Andrade

Definições


Definições

Sabe aquela vontade de resolver as coisas?
É.. Resolver na hora.
No mesmo instante.
Desatar os nós.
Fazer cuspir as palavras, mesmo que não sejam certas.
Ajudar a desengasgar as confusões...

Ai, que agonia!

Esta mania de tratar com cuidado tudo que é importante...

Por enquanto... nós atados.
As palavras engasgadas podem sair, quem sabe, no calor do abraço.

E quem explica este desejo, esta ânsia que não se entende?
Em meio aos sentimentos ainda indefinidos... Nos definimos...
E fingimos bem aceitar o que parece ser.

Deve existir alguém por aí...
Débora Andrade

Que Tamanho Tem O Céu


Que Tamanho Tem O Céu

Quando os problemas me parecem grandes, saio e vou caminhar a admirar o azul do céu.
Busco nas cores as saídas para muitas aflições.
E, quem sabe, ao se deparar com a grandeza do céu, meus problemas que são tão "inhos" perante este azul... não sintam vergonha por serem tão medíocres e fujam correndo de dentro de mim...
Débora Andrade

Dias Chatos


Dias Chatos

Sabe os dias que você se sente... um "caco"?
Caco... mas não daqueles cortantes...
Porque a sensação de cansaço é tão grande que,
Não te permitiria cortar nem os pulsos.

Sabe? Aqueles dias que você precisa de uma ducha quente de duas horas, até derreter o cérebro e te poupar de tanto "pensar"?

Dias que você sente vontade de encontrar um mísero bilhete carinhoso em qualquer lugar da casa... mesmo que seja para outra pessoa e, você acreditar que era para você. Só para sentir meia dúzia de "borboletinhas" no estômago e brilhar dois "peixinhos" nos olhos.

Dias que dá uma vontade que alguém mais, além da própria mãe, te veja de pijama de frio e meias de lã e te chame de linda...

Dias, daqueles, que dá uma certa vontade de ser mais importante do que realmente é...

Hoje! Hoje é um dia assim para mim.
Débora Andrade

Vazio


Vazio

... e a gente luta contra o vazio, tenta conviver com a solidão e a dor... coloca um sorriso amarelo no rosto e acredita que tudo vai mudar... e que esta dor de ter tudo fora do lugar, passe logo... e que não deixe nenhum medo quando tentar ser inteira outra vez...
Débora Andrade

O Que Será?


O que será?

Palavras pesadas bem presas na garganta. Tristeza, frustração, decepção...  Palavras que, talvez, deixassem algum peso no papel.

E assim, aliviar a pressa, intensificar a prece.

Um universo de lágrimas parado nos olhos. E uma tristeza amarga, de sonhos em preto e branco, estáticos na parede do quarto. Entre fotos, já sem cor, por não poder mais esperar por um amanhã.

E outra vez, o mesmo questionamento. Amor, o que será?
Débora Andrade

Silêncio e Dor


Além das Retinas

... mas, crescer, nunca foi um desejo de infância. E, talvez por isso, mesmo sentindo saudades daquela menina que fui, gosto de seguir em frente e encarar que já não tenho mais idade para ser admirada quando disser que acredito em conto de fadas.
Ainda assim, guardo aqui dentro, sem alardes, a certeza de que o mundo tem mais cor que as retinas permitem decifrar. "É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê..."
Débora Andrade

Ponto De Vista


Além das Retinas

... mas, crescer, nunca foi um desejo de infância. E, talvez por isso, mesmo sentindo saudades daquela menina que fui, gosto de seguir em frente e encarar que já não tenho mais idade para ser admirada quando disser que acredito em conto de fadas.
Ainda assim, guardo aqui dentro, sem alardes, a certeza de que o mundo tem mais cor que as retinas permitem decifrar. "É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê..."
Débora Andrade

Além Das Retinas


Além das Retinas

... mas, crescer, nunca foi um desejo de infância. E, talvez por isso, mesmo sentindo saudades daquela menina que fui, gosto de seguir em frente e encarar que já não tenho mais idade para ser admirada quando disser que acredito em conto de fadas.
Ainda assim, guardo aqui dentro, sem alardes, a certeza de que o mundo tem mais cor que as retinas permitem decifrar. "É preciso força pra sonhar e perceber que a estrada vai além do que se vê..."
Débora Andrade

Corda Bamba


Corda Bamba

...e por aqui, uma calmaria que assusta. Não é tão fácil encarar ou até mesmo admitir que isto é normal. Este coração tão inquieto, sempre querendo mais, agora tão calado...

Para quem se acostumou às lutas, a constância causa um certo desequilíbrio...

Vamos subir a linha... se é para andar em linha reta, que seja na corda bamba!
Débora Andrade

Corda Bamba


Corda Bamba

...e por aqui, uma calmaria que assusta. Não é tão fácil encarar ou até mesmo admitir que isto é normal. Este coração tão inquieto, sempre querendo mais, agora tão calado...

Para quem se acostumou às lutas, a constância causa um certo desequilíbrio...

Vamos subir a linha... se é para andar em linha reta, que seja na corda bamba!
Débora Andrade

Te Reencontro


Te Reencontro

Me resisto. Me afasto. Me atropelo. Me insisto.
Uma, duas, três ou zilhões de vezes... me analiso. E já não é mais surpresa nenhuma te reencontrar por aqui...
Débora Andrade

Tempo Simples


Tempo Simples

Não. Não é medo de amar outra vez. Amar é bom! Sempre foi.
Não. Também não tem coração trancado e nem uma cisma em reviver histórias. É só um tempo estranho... Destes de se colher flores no asfalto... De cantar com a voz rouca... De dançar sem salto... De sorrir ou chorar sem se preocupar com rugas...
Tempo de se encantar bem mais por coisas simples...
Débora Andrade

Escrevemos


ESCREVEMOS

Queria escrever sobre portas abertas, embora eu veja todas trancadas o tempo todo.

Porque eu queria sair sentindo a brisa da liberdade sobre a pele, embora eu queira vendavais e tempestades para agarrar minhas cores.


Na verdade, queria escrever uma fórmula mágica que me fizesse encontrar as mãos que sempre procurei. As mãos que ainda não encontrei.
Falar menos de amor.
Falar menos de tristezas e decepções.
Falar menos de esperança.
Falar menos de mim.
Pensar menos em falar.
Falar menos sobre pensar.

Queria escrever sobre corpos libertos, embora eu veja amores vestidos de posse.
Porque eu queria amar teus olhos e tua vida, embora eu queira que você viva apenas a minha.
Na verdade, queria fazer parte de você e viver sob tua pele, sentir teus prazeres. O prazer que ainda não encontrei.

Queria ser todas as tuas letras.
E ser tuas vírgulas, pontuando os espaços entre nós, para que fossem sempre breves.
Escrever... Sobre você e sobre mim em novas dimensões.

Eu queria escrever...
Mas a página permanece em branco, senão fossem estes meus rabiscos sem nenhum sentido, eu não teria nem ao menos passado diante dos teus olhos. Não teria feito as pontas dos teus dedos passarem sobre minhas páginas, sedentas por uma história nossa.

Eu não sei sobre pontos finais. Portanto, melhor que saibas que esta história ainda não chegou ao fim, a menos que você tenha alguma exclamação nas mangas.

(* Parceria M. D. Amado - Blog - Entre Elas, Um Amado!)
Débora Andrade

Tão Perto, Tão Longe



Tenho vontade de falar sobre amor com você.
Sobre tudo que é sentido, tudo que é sentimento. Tenho vontade de falar sobre a vida com você.
Sobre as surpresas e peças que ela nos prepara...
De falar sobre a dor de uma lágrima, mas também do quanto ela pode ser doce... e franca.
Tenho vontade de falar com você sobre o vento,
sobre a chuva, sobre o frio... o frio que é meu coração sem você.
Tenho vontade de falar sobre mim... sobre minhas confusões, sobre minhas verdades, meus sonhos, meus planos, meus sentimentos, meus enganos, meus medos, minhas expectativas, meu mundo cor de rosa...

quanta vontade eu tenho de falar com você...

Queria que você me ajudasse a entender as poucas razões que existem para tudo o que sinto.
Ou que me auxiliasse na interpretação destas mal traçadas linhas da vida na palma das nossas mãos.

Eu cheguei muito perto de você.
E você fez parte da minha alma e por isso a conhece, como ninguém mais a conhece.

E mais vontade tenho de poder te ouvir, te sentir, te amparar...

Eu estive muito perto de você...

Mas eu queria estar dentro de você. Não só para ver e sentir as coisas bonitas... Mas para brigar com todas as coisas que não te fazem bem e mostrar à elas que você nunca vai estar só. Por mais que você queira estar.

Queria poder ler seus olhos mais de um milhão de vezes... para ver o que tantas vezes pude ver...
Débora Andrade

Faço Sol, Faço Só.


Faço Sol, Faço Só.

Quando acaba o encanto e o entusiasmo de "nós", entra a singularidade solitária do "eu".
E se não fosse esta vontade inquieta e gulosa de ser feliz, já teria entregue tudo nos braços desta que me acompanha dias a fio, sem se cansar de mim, sem me abandonar... Esta solidão.

Nossos erros foram vitais e nosso livro não chegou ao fim. Fechamos a página quando líamos a última frase do capítulo cinco. O último ponto final que vi, pontuava a palavra sozinha.

Nossa música pausou. E no silêncio que agora há, percebo que já estávamos sós, com nós e eram muitos nós!

Talvez a solidão pague a conta desta vontade de terminar o livro. E talvez, ela te faça encontrar suas asas. Juntei todas as penas que sentia de mim e bati minhas asas.

Trago a solidão agarrada neste meu coração que cabe tanto sentir em vão.

E eu quero o Sol. Vôo e vôo alto.

Voando só, batendo minhas asas.

Tudo que hoje desejo, faço só.

E se não ver a luz e não sentir o calor, eu faço o Sol.


(texto para o blog www.aartenaoeminha.blogspot.com)
Débora Andrade

Vésperas


Vésperas

Vésperas do que posso ser...

E eu no mesmo desmazelo da garota descuidada de 15 anos.
Com o mesmo descaso aos medos, com os mesmos olhos que não
enxergam mais as pedras que tropeça.

Vésperas do que, em retalhos, me fiz pedaço do que sou agora.

Vésperas de sonhos não concretizados e uma enorme vontade de
ter o mundo na palma das mãos.

Vésperas da mesma força com que te abraço, como quem abraça
os cacos do mundo que a ideologia da felicidade nunca nos
permite ver inteiro.

Vésperas de primavera... Minhas primaveras que não esperam
mais por flores azuis e raras...
Primaveras que brotam em meu peito amores que o verão queima com seus raios sem piedade de fazer céu bem azul.

Vésperas...

E eu com os mesmos passos cheios de pressa... Com a mesma
angústia que nunca deixa de apertar este peito que não
aprende a desejar menos do que pode ter.

Vésperas... Das minhas asas que voam sem saber a altura que
pode doer o tombo...
Débora Andrade

Primavera


Primavera

Nascem as flores que não foram sementes minhas.
As cores em tons de rosa e vermelho carmim nada indicam. São apenas cores de flores. Nada destoa em tons.
No máximo, o violeta que, também, nada indica.
Sem muitas razões, as flores existem e multiplicam-se.
São mais belas em cada primavera que chega com seu ar de graça.
Não há razões para que as cores se misturem no ramalhete de rosas que pintam cores no meu dia. Mas eu invento. Sempre invento. E de tudo faço verdades minhas.
E o tempo que me circunda de rosas e me faz febril... são anseios que me correm presos ao que não falo, porém, sinto.
As cores bordam tuas palavras que não são ditas e eu leio nos teus olhos as verdades que nascem nos meus sonhos quase reais.
Mais uma vez, tomo posse da magia que me permito viver e faço deste dia que nasce primavera, dia meu, flores minhas, cores nossas.
Não preciso que ditem nada e nem que me dêem datas. Há tempos me permito ser noite ou dia, conforme a lógica ou a falta de lógica de tudo que tenho e sinto.
Primavera. E para todas as flores que nascem, espeta um espinho nos meus versos.
Dores e amores nunca deixarão de rimar.
Débora Andrade

Choro Sem Razão


Choro sem razão

Nem sei quais meus motivos de hoje.
Mas a lágrima caminha pela face.
Meu peito chora a dor como quem chora dor de morte.
O que morreu não tem nome. Não tem teu nome.
É cruel este vazio que toma conta de cada canto do meu peito.
Eu quero versos tristes.
Música triste.
Por hoje, quero me afogar e me salvar neste rio de desilusão que eu mesma criei.
Não quero tuas mãos.
Não quero mais nada que venha de ti.
Vida curta.
E eu nem sei o que sou agora.
Amanhã me reinvento.
Mas hoje... só nesta noite, me deixe chorar sem razão.
Débora Andrade

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Quase Primavera


Quase Primavera

Morrem flores que foram sementes um dia.
E no jardim, renovam-se as rosas de cor azul.
Regam plantas e replantam todas as magias que dão cores ao dia.
O tempo te faz cético. E todas as cores correm o risco de tornarem-se preto e branco, quase cinza.
O mistério e o desvendar tornam-se fagulhas desinteressantes. Porque o tempo te faz sábio. E, às vezes, a sabedoria é um tanto sem graça.
Adeus ao frio na barriga, aos olhos assustados, à angústia do medo, à adrenalina da ousadia. Porque o tempo te faz sereno.
E aumento o cuidado para que o vento não seja apenas fenômeno físico. Porque é tão bela a poesia que sopra teus cabelos.
E, então, há uma destreza para que as linhas do arco-íris emoldurem aquele dia sem graça depois da chuva. Porque as tardes não podem morrer sem graça nos braços de quem tudo já viu.
Tempo passa, passa tempo. E o relógio pesa mais a cada “tic” e enlouquece o são a cada “TAC”.
Sem medidas, sem pesares.
Sem data de nascimento.
Renovam-se todas as flores, porque vem chegando primavera.
Débora Andrade

Voe


Voe

Posou suave seus pés no chão.
As asas, então cansadas, doaram o repouso merecido entre todas as penas incompreendidas de um mundo inteiro.
Quis voar o globo terrestre levando a sorte e a graça no bico. Só para semear cor, flor e alegria.
Não assoviava mágoas ou tristezas e o que via era verde esperança sem prazos ou limitações.
Pássaro de asas longas entre cores e vôos altos, amores.
Entre a fé e a força, o suspiro de paz. O desejo de sorte. A ânsia pelo arco-íris depois das bravas tempestades.
Entre as frustrações: os braços que lhe faltavam abraços àqueles que nos olhos habitavam tão semelhante brilho, tão intenso amor.
Amou o mundo. Voou milhas. Semeou a sorte. Cantou a paz. Coloriu o céu.
Hoje, repousa suas penas pesadas só até aliviar.
Descansa. Abre as asas. Renova o verde no olhar. E deixa o chão...
O céu sempre foi o seu vício.
Voe, passarinho. Voe!
Débora Andrade

terça-feira, 30 de outubro de 2012

O Dom

Se o mundo fosse uma tela em branco e eu tivesse o dom de pintar... a tela da tua vida teria todas as cores vivas e alegres do mundo. 

Eu pintaria teus dias ensolarados, floridos e distantes de qualquer preocupação. Me colocaria na tua paisagem vez aqui e outra ali. Até sentir que a nossa imagem juntos, ali, estática, de mãos dadas, fosse algo que te causa alegria, paz e tranquilidade. 

 Eu bordaria estrelas em todas as tuas noites. E as notas musicais circundariam tuas tardes , até tocar teu coração com meu som. Mas à mim, Deus só concedeu o dom de sonhar. Realizo, às vezes. 

Às vezes morro e renasço, outras, apenas sobrevivo. Mas, em todos os meus sonhos, mesmo que não haja nossa imagem estática de mãos dadas, eu invoco que tenha brilho nos teus dias, paz nas tuas tardes e estrelas nas tuas noites. 
 E mesmo que de longe, sonhando, vou pintando tuas telas bem coloridas. Com todas as cores que eu sempre tive para você.

 À mim, Deus poderia ter concedido o dom de te fazer sonhar! 

 Débora Andrade

Menos Promessas


Me fiz as mesmas promessas. E as lágrimas que eu disse que não mais cairiam, caem agora. E parecem ter vontade própria.

Descem e parecem que vão alagar este quarto, que já nem é meu.

Que dor grande! Parece até ser a primeira vez. Mas, talvez seja mesmo. Porque dói diferente. Como se um doce fosse retirado da minha mão.

 Eu ouço: - Você está triste? E nem consigo responder, porque eu sempre me calei nas horas mais dolorosas. Eu escrevo para vomitar a dor.

Parece que estou enterrando meus girassóis. Eu sei que vai passar. Sempre passa. Talvez, não. Mas a gente luta e finge tanto acreditar que passa, que, talvez, até passe.

Me fiz promessas... E poderia ser diferente. Eu gostaria que fosse diferente... Eu faria diferente... Mas este sonho, não se sonha só. Lágrimas persistentes. Vão cair até lavar minha alma. Até levar minha alma. Até renascer.

Porque, mais uma vez, eu morri. E quero a força de renascer amanhã. Menos promessas, da próxima vez. Eu me prometo!

 Débora Andrade

Bem Menos é Mais


Não preciso que me traga a luz do Sol e nem que me dê o perfume de todas as flores.
Também não me traga todo o azul do céu e o brilho das estrelas.
Não quero tanto. Não preciso de tanto. 
Bem menos que isto, vindo de você com carinho, é mais.
Combinamos de passear ao entardecer e você apenas me diz que me daria o céu, a luz do Sol, as estrelas e o perfume das flores.
Eu vou segurar suas mãos e terei um sorriso bem sincero nos lábios...
Porque, só o teu desejo em me presnetear com o mundo, torna palpável o céu e te torna para mim, mais bonito e importante que qualquer jardim ou que o universo estrelar.
 Me queira bem. Assim, apalpo o bem em minhas mãos.
 Bem menos, é mais.

 Débora Andrade

O Amor É Simples


“O amor é mais simples, Débora”. Fiquei pensando nesta frase...
Que eu complico muito, que sou carente, egoísta, vaidosa, impulsiva e quase louca, nunca escondi de ninguém, nem de mim mesma.
Trabalho as inseguranças, os anseios, os desejos e fantasias só para não me afogar neste mar de ilusão que eu mesma crio...
E como sou boa nisso! Tenho me entendido mais... e só eu sei o quanto me dói assumir todos estes adjetivos acima. Mas, é o primeiro passo para buscar ser melhor.
 “ O amor é mais simples, Débora”... e a frase soa o tempo todo na minha mente...
 E se há amor, não há espaço e nem tempo para destrinchar todos os defeitos... Eles sucumbem em meio a enxurrada de carinho, atenção...
Morrem, diante do querer bem incondicional e dos planos e sonhos a dois.
Vamos amar! Porqueo amor... é mesmo simples!


 Débora Andrade

Festa Em Prosa

Guardo nas mãos, um tanto abertas, as claves de sol.

Com um sopro leve, ganho vida, ganho sonhos e termino em dó.

Sem claves de fá, deixo os gritos do meu peito guardar espaços para notas altas.

Berros sustenidos, entre sussurros e bemóis, brilham meus olhos fartos de vida, rasos d’água.

É festa! É sonho! É estrada! É dó! É mi, lá e é sol! Sol que abre em todas as minhas manhãs, agraciando-me com a graça de contemplar a luz.

É mais um ano. É mais um tanto. E é mais, é humano.

Sonhos, cifras e refrões. É vida além da minha, é o sorriso gritando os meus cantos.

Mais um ano. Mais uma chance. E eu, mais humana. Ainda sonho...

 E faço festa em prosa, enfeitando meus sonhos com notas musicais...

 Débora Andrade


Nem Prosa, Nem Verso

Nem prosa, nem verso... Sem crônicas. Sem prosa poética.
É só um desabafo do que há de pior em mim... Portanto, nada tem a ver com você, que está entre o que tenho de melhor...
Por temer te fazer algum mal, me afasto e me escondo...
Até que eu me reencontre e refaça versos e prosas com minhas palavras mais doces...
Por enquanto, aqui dentro, o que tenho de doce, é você.
Eu gostaria de ser teu céu quando quisesse voar. E seria teu chão, quando quisesse pousar.
Por enquanto, nem céu, nem chão. Sou só este desabafo e, por isso, me retiro.
Aqui vou preparando a adaptação aos "nós".
E por ter de ti tanta doçura Por nascer em mim um sorriso todas as vezes que penso no teu abraço,
Me preparo para ser melhor. Para ser tua.
Só para me entregar a ti... de bandeja.

Débora Andrade

Ciclos

Abro os braços e aperto o novo que vem com pressa.
Ao que se fecha, solto pela mão, bem devagar, agradecendo por toda emoção, gota a gota, vivida.
Entre lágrimas e sorrisos, o equilíbrio e as marcas no rosto que o tempo traz.
Mas, hoje, os ventos me sopram paz. Muito mais... Talvez eu sinta saudade das angústias.
Inspiravam-me poemas tristes e bem lidos. Do que se vai, se vai ao tempo que se deve.
E eu continuo a dever um futuro colorido. Vou colhendo as cores neste jardim de setembro.
Semeando amores, cultivando raízes. Vou pintando em meu rosto, pouco a pouco, as marcas que o tempo faz entre amores e dores. E com uma pitada de Sol, brilho um sorriso de quem é feliz por viver.
Mais um setembro. Mais uma primavera. E outro ciclo se faz.
Procedo... com fé, de pé e entre as flores.

 Débora Andrade

Autoconhecimento

Perdi meus versos e rimas. Passei a escrever em prosa, como quem deseja uma completude da compreensão alheia. Mostro-me um pouco em cada letra.
 Me deu vontade de querer ser entendida. Uma missão, até então, pouco plausível para mim mesma. Não consigo sozinha. Escrevo, escrevo e me leio. E, às vezes, não me reconheço sem rimas e versos.
Talvez, pela mania de querer enfeitar a tudo.
Tenho adotado a simplicidade das frases corridas. E, de desabafo em desabafo, descubro-me e arco com minhas consequências, nem sempre leves.
Me vejo em você. E quando isto acontece, vislumbro o que há de melhor em mim. Atrelei a maior parte das minhas flores ao teu nome.
Acredito que o exercício de te desvendar, seja o mesmo caminho para minha descoberta. É verdade a nossa unidade. Nos misturamos.
E as diferenças fundiram-se como em uma experiência química, originando uma nova substância: o equilíbrio, tão novo em mim, sempre tão cheia de extremos.
Assim, bem simples, vou sabendo mais de mim. Deixando escapar um rima ali, outra aqui.
Derrapando alguns versos...
Mas, disposta às frases objetivas e diretas. E, enquanto estivermos lado a lado, será mais fácil, nem sempre menos doloroso, o exercício de saber quem sou.

 Débora Andrade

Imprevistos

Não contava com os imprevistos. Menos ainda com este... o de te amar sem saber o que há em ti por mim. Perdi a calma, junto com a frieza de nada sentir.

E hoje, meu coração tão cheio de palavras doces, respira em pausas e compassos de dor maior.
Não contava com o imprevisto de sentir tanta falta de ti.

Nem com a cilada que a vida me preparava em solos fortes. Cuidei das flores para que tivessem raízes. E meu nome, junto ao teu, entrelaçava uma forma de infinito.

E eu acreditei... Talvez, ainda acredite. Mas, eu não contava com os imprevistos...

Menos ainda o de não ser correspondida...

 Em cada passo, com pressa, te levo em sonhos, em planos...

E conto com o imprevisto de, quem sabe um dia, estas raízes serem mais fortes que o próprio solo que as nutrem.

 Débora Andrade

Ele

Um instante de confusão, de difícil aceitação da distância e um nó na garganta que me dava vontade de explodir todos os sonhos.
Sentia, talvez, que toda aquela angústia fosse embora com os litros de lágrimas derramadas junto a dor da saudade e dos sonhos pelos ares.
 Mas... Vem ele. É ele, mesmo. Só pode ser! E como consegue, mesmo a tantos quilômetros de distância, acalmar minhas aflições como quem passa a mão pelo meu coração com leveza e suavidade só para levar qualquer tristeza?
E como suas palavras e metáforas, tão simples, conseguem me fazer entender qualquer razão? E toda aflição se vai.
A saudade, claro, permanece. E eu conto as horas para poder ver, abraçar, beijar e, principalmente agradecer por ser parte de mim.
Por me tornar um ser humano melhor... Doce. Não poderia ser outro.

 Débora Andrade

A Saudade

A chuva acordou meu dia com frio. E caía bem mansa, deixando o céu branco, meio cinzento... Um tanto triste, um tanto igual...

Parecia que o céu chorava por mim toda a saudade que sinto de ti. Fechei meus olhos com ternura e tua imagem estava lá, como se estivesse a mil anos pintada à mão. Como se você sempre tivesse existido em minhas retinas...

 Senti frio e procurei pelo teu abraço. Ainda não encontrei nenhum lugar que tenha esta temperatura. Tão ideal ao meu gosto. Tão ideal ao meu corpo. Suporto ao tempo, à distância e resisto à saudade... Porque sei que no mesmo compasso, teu coração dança junto ao meu. Nem a chuva, nem o frio... Nem o tempo, nem a distância... Nada, na verdade, pode ser maior que nossa vontade de nos fazermos felizes.

Espero-te, amor. E sei que me espera, também. E a saudade vai preenchendo os espaços... mas só até eu poder acordar nos teus braços... E depois a gente deixa folgar os nossos laços... só para caber um tanto mais de nós... E por hoje... muita saudade.

 Débora Andrade

Sem Ar

Talvez a dor fosse menor se tivessem me tirado um pedaço, ou até dois, quem sabe mais. Voltei com passos tristes, cabeça tão baixa que pude contar todas as pedras. E se todas elas te convencessem, eu traria uma a uma, nas costas... e te daria um castelo. Mas temo por ser em vão. Parece que nada mais te toca. Porque permitiu que o veneno da interpretação alastrasse pelo seu coração. Me traí. Fiz um cordão de palavras simples e dei o nó. Antes tivesse me enforcado até não restar vida, nem dor... Mas, apenas sufocou... Permaneço viva, mas sem o ar. Queria tuas mãos a desvendar meus versos. Não estes em palavras que doei em folhas e pautas. Mas estes que meus olhos te ofertam... só para você saber que, sim, você é meu ar. Débora Andrade

Bem Quietinha

Hoje vou ficar por aqui, bem quietinha. Tenho falado muito. Tenho dito de mais. E tenho desejado ouvir além do que já ouço. Vou me recolher por aqui. Organizar esta bagunça aqui dentro. E não quero que você saiba que está no meio disso tudo. Não quero correr risco de você não gostar de alguma coisa em mim. Sim. Hoje vou ficar por aqui, bem quietinha. Acolhendo todas as minhas ânsias. Tentando transformá-las em algo de bom. De menos, estradas. Desta transformação eu já ando bem farta. Fique aí, bem quietinho. Se puder se organizar um pouco, pode ser bom. Lembra que te pedi para planejar? Não precisa ser nada sério. Apenas sonhe. É sonhando que a gente realiza. Se puder, me inclua em um ou dois vôos. Tenho experiência vasta em vôos altos. E em tombos também. Eu quero te ver realizando coisas grandiosas. Sim, pode ser comigo. Mas, se não for... só quero que você viva algo grandioso, mesmo. Assim, como você. Só por hoje, fique aí quietinho. Se puder pensar em mim, já me deixa bem feliz. Agora, para me fazer explodir de felicidade, me mande uma mensagem bem simples: - eu penso em você. Esteja certo que aqui, dentro de toda minha bagunça ainda não arrumada, todos os pensamentos bons e bobos, são seus. Amanhã, se o silêncio não nos emudecer para sempre, nos encontramos em um “bom dia” cheio de energia. Mas, se nos faltar voz, nossos olhos nos revelarão o quanto estivemos presentes um no silêncio do outro... Um na bagunça do outro... E, quem sabe, um beijo nos mostre o quanto nós somos um do outro. Bem mais até que imaginamos... Mas, por hoje... Vou ficar aqui. Bem quietinha. Débora Andrade

Um "Não" Vaidoso

Doeu. Dói. E ainda vai doer mais. Mas, que droga. Este mesmo amor “faminto” de outras épocas. Esta vontade de transformar a vida em contos de fadas. Esta estranha mania de acreditar que tenho varinha de condão. Este não, sempre tão às pressas, desejando evitar dores maiores, tombos maiores e mais desilusão. Não vai dar. Ainda não aprendi a ter o domínio desta vaidade suja que insiste em não me deixar. Eu quero muito, quero mais, quero sempre. Quero pichado nos muros, escrito nos vidros dos carros, na internet, na sua testa, na minha... É isso, mesmo! Eu sou egocêntrica, vaidosa, egoísta... Tão diferente desta tua pureza, despreocupação e entrega. Tão contrária aos teus princípios de “viver o hoje”. Não - precoce, talvez. E um não tão triste. Pesado. De sonhos, mais uma vez, findados. Um não... só porque eu não sei, não quero e não gosto de não estar nos primeiros planos, nos planos futuros e em todos os outros planos. Um não... Egoísta. Vaidoso. Doeu. Dói. E ainda vai doer muito mais. Débora Andrade

Entre Rascunhos

Talvez eu tenha mais do que palavras.. Talvez, você me tenha além do que eu possa imaginar, saber ou medir. Talvez eu te queira mais do que te tenho. Ou, talvez, eu só queira a insensatez de tirar o talvez das frases e conjugá-las no presente. Entre minhas incertezas, me calo neste silêncio engasgado diante de tanta objetividade simples, doce e sincera. Volta e meia, me amparo neste passado que me brindou versos dolorosos. E entre a complexidade de ter vivido amor findado, me vem o desejo presente e renovado de amar, sem fim. Este futuro, talvez nosso... Não vejo certezas, nem vivo promessas. Apenas creio e não nego os laços e nem a certeza de que eles podem se transformar. Queria a sorte de um passado com teu nome... ... A chance de estar próxima a ti quando estive próxima de mim mesma. Queria a sorte de viver ao teu lado tudo que nossas letras sonham. Tudo que nossas almas clamam. Tudo que nossos olhos cantam e nossas vozes celebram. Eu só queria a sorte de te desenhar no meu futuro entre flores e as cores do arco-íris. E então, vejos meus rabiscos... Não há nada em branco... E renasço na certeza de que eu preciso de uma nova página. Estou entre rascunhos... Débora Andrade