terça-feira, 6 de novembro de 2012

Faço Sol, Faço Só.


Faço Sol, Faço Só.

Quando acaba o encanto e o entusiasmo de "nós", entra a singularidade solitária do "eu".
E se não fosse esta vontade inquieta e gulosa de ser feliz, já teria entregue tudo nos braços desta que me acompanha dias a fio, sem se cansar de mim, sem me abandonar... Esta solidão.

Nossos erros foram vitais e nosso livro não chegou ao fim. Fechamos a página quando líamos a última frase do capítulo cinco. O último ponto final que vi, pontuava a palavra sozinha.

Nossa música pausou. E no silêncio que agora há, percebo que já estávamos sós, com nós e eram muitos nós!

Talvez a solidão pague a conta desta vontade de terminar o livro. E talvez, ela te faça encontrar suas asas. Juntei todas as penas que sentia de mim e bati minhas asas.

Trago a solidão agarrada neste meu coração que cabe tanto sentir em vão.

E eu quero o Sol. Vôo e vôo alto.

Voando só, batendo minhas asas.

Tudo que hoje desejo, faço só.

E se não ver a luz e não sentir o calor, eu faço o Sol.


(texto para o blog www.aartenaoeminha.blogspot.com)
Débora Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário